sábado, 30 de maio de 2015

O cristão e a sua sexualidade

            Há assuntos que são tabus em qualquer ambiente, e isso não é diferente na Igreja. Talvez o mais evitado seja a sexualidade. No ambiente religioso, há até mesmo certa vergonha de se tratar sobre isso. Fale sobre sexo em uma sala com jovens ou adolescentes e você verá um silêncio fúnebre e faces rosadas. Não que isso seja um problema. Afinal, a sexualidade é um tema sufocado. O grande perigo é que assuntos com esse são velados em público mas, às vezes, são cultivados em secreto. Com isso quero dizer que, por mais que se evite falar sobre o tema, todas as pessoas normais pensam sobre isso, até porque é algo de que Deus nos dotou. Faz parte de nós. Portanto, precisamos aprender a lidar com isso e conhecer os limites que o Senhor nos coloca.
            A Bíblia nos traz passagens que relatam ocasiões em que personagens exercem sua sexualidade de forma correta. Vejamos Gênesis 24.67:

Isaque conduziu-a até à tenda de Sara, mãe dele, e tomou a Rebeca, e esta lhe foi por mulher. Ele a amou; assim, foi Isaque consolado depois da morte de sua mãe.

            O livro de Cântico dos Cânticos traz conversações entre noivos. Pode-se encontrar temas como sexualidade nesse livro.

Tudo nesse poema enfeitado de símiles e esplêndidas metáforas orienta-se para a exaltação do amor entre o homem e a mulher, nessa irresistível e mútua atração que inspira as palavras e determina as atitudes dos namorados.(Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada).[1]

            Há quem pense que o sexo, mesmo depois do casamento, deve ser algo evitado. Há cristãos que dizem ser algo apenas para reprodução. Ou seja, quer ter filhos? Faça sexo. Não quer? Contenha-se! Isso é um pensamento extremamente danoso, pois instituir uma regra de não praticar sexo mesmo dentro dos limites estabelecidos  por Deus é podar uma bênção que ele próprio concedeu à humanidade. Talvez existam pessoas que entendem ser mais santos os cristãos que morrem virgens do que cristãos que viveram a sexualidade de forma sadia dentro do casamento. Isso é errôneo e deve ser combatido.
            O grande problema quanto ao sexo é quando praticado fora dos princípios dados pelo criador dele, Deus. Deus estabeleceu o sexo. Diz-se que somente os seres humanos sentem prazer no ato sexual. Isso não é um acidente, mas sim uma coisa criada pelo Pai. Instituída por ele. É comum ouvirmos pessoas não-cristãs falarem que praticam sexo livremente antes do casamento no contexto do namoro – isso quando não têm relações íntimas de forma promíscua (sem compromisso). Na verdade, estranho é ouvir de pessoas assim serem virgens por opção. Ao contrário do que é praticado pelos pagãos, os cristãos devem exercer a castidade.
            O apóstolo Paulo nos instrui quanto ao casamento em 1 Coríntios 7. No versículo 2, ele nos diz que, por causa da impureza, cada um deve ter sua própria esposa e cada mulher deve ter seu próprio marido. Não existe essa coisa de relação sexual antes do casamento, muito menos de casamentos abertos em que cada um faz o que der na telha. E ele não para por aí. Versículos 3 e 4:

O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher.

            O apóstolo diz que o marido deve cumprir suas obrigações com sua mulher, sexualmente falando. Da mesma forma, a mulher deve cumprir suas obrigações com seu marido, sexualmente falando. O corpo do homem não lhe pertence, mas à sua mulher; e vice-versa. Um casal que não procure pela satisfação um do outro está errado. A abstinência só pode ocorrer com o acordo dos dois, para que se dedicar à oração (v. 5). E, ainda, esse intervalo não pode ser grande, mas apenas por algum tempo (v.5).
            Podemos ver que não há mal algum na sexualidade, muito pelo contrário; desde que seja exercida dentro dos limites dados por Deus. Além disso, Jim Britts nos diz: “Desde o começo, Deus nos deu o sexo para que tivéssemos uma ideia do quanto Ele nos ama” com respeito ao texto de Efésios 5.31 e 32.
           
Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.

            Através do amor nutrido pelo casal podemos ter ideia de como Deus nos ama. É interessante que a Igreja é tida como a esposa de Cristo. O amor que a Igreja deve ter para com Cristo é maior do que tudo, e devemos colocar esse amor acima de todas as coisas. Pôr algo no lugar dele é idolatria.
            Procuremos viver de acordo com a vontade de Deus. A sexualidade deve ser exercida dentro do casamento e NUNCA fora dele. Além disso, é dever dos cônjuges satisfazerem-se, e que nutram grande intimidade. O sexo não é pecado, não deve ser tachado de obsceno, mas sim visto como uma grande bênção de Deus para os casados. Se um jovem ou adolescente tem dificuldades com a sexualidade, ele deve procurar seus pais, pastor ou líder de confiança para tratar do caso. Calar-se pode tornar o processo mais difícil do que possa ser.


Por Sem. Christofer F. O. Cruz


[1] Sociedade Bíblica do Brasil. (1999). Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada (Ct).

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