Há assuntos que são tabus em
qualquer ambiente, e isso não é diferente na Igreja. Talvez o mais evitado seja
a sexualidade. No ambiente religioso, há até mesmo certa vergonha de se tratar
sobre isso. Fale sobre sexo em uma sala com jovens ou adolescentes e você verá
um silêncio fúnebre e faces rosadas. Não que isso seja um problema. Afinal, a
sexualidade é um tema sufocado. O grande perigo é que assuntos com esse são
velados em público mas, às vezes, são cultivados em secreto. Com isso quero
dizer que, por mais que se evite falar sobre o tema, todas as pessoas normais
pensam sobre isso, até porque é algo de que Deus nos dotou. Faz parte de nós.
Portanto, precisamos aprender a lidar com isso e conhecer os limites que o
Senhor nos coloca.
A Bíblia nos traz passagens que
relatam ocasiões em que personagens exercem sua sexualidade de forma correta.
Vejamos Gênesis 24.67:
Isaque
conduziu-a até à tenda de Sara, mãe dele, e tomou a Rebeca, e esta lhe foi por
mulher. Ele a amou; assim, foi Isaque consolado depois da morte de sua mãe.
O livro de Cântico dos Cânticos traz
conversações entre noivos. Pode-se encontrar temas como sexualidade nesse
livro.
Tudo nesse poema
enfeitado de símiles e esplêndidas metáforas orienta-se para a exaltação do
amor entre o homem e a mulher, nessa irresistível e mútua atração que inspira
as palavras e determina as atitudes dos namorados.(Bíblia de Estudo Almeida
Revista e Atualizada).[1]
Há quem pense que o sexo, mesmo
depois do casamento, deve ser algo evitado. Há cristãos que dizem ser algo apenas
para reprodução. Ou seja, quer ter filhos? Faça sexo. Não quer? Contenha-se!
Isso é um pensamento extremamente danoso, pois instituir uma regra de não
praticar sexo mesmo dentro dos limites estabelecidos por Deus é podar uma bênção que ele próprio concedeu à humanidade.
Talvez existam pessoas que entendem ser mais santos os cristãos que morrem
virgens do que cristãos que viveram a sexualidade de forma sadia dentro do
casamento. Isso é errôneo e deve ser combatido.
O grande problema quanto ao sexo é quando
praticado fora dos princípios dados pelo criador dele, Deus. Deus estabeleceu o
sexo. Diz-se que somente os seres humanos sentem prazer no ato sexual. Isso não
é um acidente, mas sim uma coisa criada pelo Pai. Instituída por ele. É comum
ouvirmos pessoas não-cristãs falarem que praticam sexo livremente antes do
casamento no contexto do namoro – isso quando não têm relações íntimas de forma
promíscua (sem compromisso). Na verdade, estranho é ouvir de pessoas assim
serem virgens por opção. Ao contrário do que é praticado pelos pagãos, os
cristãos devem exercer a castidade.
O apóstolo Paulo nos instrui quanto
ao casamento em 1 Coríntios 7. No versículo 2, ele nos diz que, por causa da
impureza, cada um deve ter sua própria esposa e cada mulher deve ter seu
próprio marido. Não existe essa coisa de relação sexual antes do casamento,
muito menos de casamentos abertos em que cada um faz o que der na telha. E ele
não para por aí. Versículos 3 e 4:
O marido conceda à esposa o que lhe é
devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. A mulher não tem
poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o
marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher.
O apóstolo diz que o marido deve
cumprir suas obrigações com sua mulher, sexualmente falando. Da mesma forma, a
mulher deve cumprir suas obrigações com seu marido, sexualmente falando. O
corpo do homem não lhe pertence, mas à sua mulher; e vice-versa. Um casal que
não procure pela satisfação um do outro está errado. A abstinência só pode
ocorrer com o acordo dos dois, para que se dedicar à oração (v. 5). E, ainda,
esse intervalo não pode ser grande, mas apenas por algum tempo (v.5).
Podemos ver que não há mal algum na
sexualidade, muito pelo contrário; desde que seja exercida dentro dos limites
dados por Deus. Além disso, Jim Britts nos diz: “Desde o começo, Deus nos deu o
sexo para que tivéssemos uma ideia do quanto Ele nos ama” com respeito ao texto
de Efésios 5.31 e 32.
Eis por que deixará o homem a seu pai e
a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é
este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.
Através do amor nutrido pelo casal
podemos ter ideia de como Deus nos ama. É interessante que a Igreja é tida como
a esposa de Cristo. O amor que a Igreja deve ter para com Cristo é maior do que
tudo, e devemos colocar esse amor acima de todas as coisas. Pôr algo no lugar
dele é idolatria.
Procuremos viver de acordo com a
vontade de Deus. A sexualidade deve ser exercida dentro do casamento e NUNCA
fora dele. Além disso, é dever dos cônjuges satisfazerem-se, e que nutram
grande intimidade. O sexo não é pecado, não deve ser tachado de obsceno, mas
sim visto como uma grande bênção de Deus para os casados. Se um jovem ou
adolescente tem dificuldades com a sexualidade, ele deve procurar seus pais, pastor
ou líder de confiança para tratar do caso. Calar-se pode tornar o processo mais
difícil do que possa ser.
Por Sem. Christofer F. O. Cruz
[1]
Sociedade Bíblica do Brasil. (1999). Bíblia
de Estudo Almeida Revista e Atualizada (Ct).
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